A amiga Bárbara Clemente, que também está com um filhote em férias, me enviou o link do artbarblog.com, repleto de ideias de atividades legais para fazer com as crianças. Imediatamente me apaixonei pelos APANHADORES DE SONHO, projeto simples e que vinha a calhar com um momento especial do meu pequeno que tem estado um pouco agitado à noite.
Os apanhadores de sonho, ou filtro de sonhos, são lindos, decorativos mas também são objetos rituais de nativo-americanos que se popularizaram por todo o mundo. São muitas as histórias que os cercam e aqui há uma bonita lenda de sua criação.
Eu creio que tudo depende da substância que você dá, um objeto pode ser apenas um objeto, mas se a sua intencionalidade e sua energia criativa está posta nele com suas intenções ele se torna simbólico.
Muitas tradições de estudos antropológicos (com Lévi-Strauss, Mauss, Malinowski, entre outros) se dedicaram a pensar nestes objetos e rituais mágicos que usamos desde tempos remotíssimos para tentar controlar o que racionalmente sabemos não estar sob nosso controle, como os sonhos, mas, enfim: o apanhador de sonhos era nosso projeto de ontem para fazermos arte, nos divertirmos e enchermos sua execução de significados.
Já começou bacana: enquanto eu separava um espaço na bancada ele pegou o novelo e o bastidor e, inspirado naquele cara do programa Art Attak criou um desenho que disse ser "A Terra, a Lua e as órbitas". ;)
Seguimos as instruções (mais ou menos) do tutorial ARTBAR.COM e ele cobriu o bastidor com durex colorido.
Depois chegou a hora de criar as teias. Ele ficou interessado em criar formas estrelares e vibrava ao efeito de cada nova volta do novelo no aro.
A lã matizada e com texturas era um restinho de novelo e conferiu uma graça especial ao nosso apanhador, não?
Ficou assim, arrematamos com um nó e deixamos um fio comprido para pendurar a peça.
Ele foi à sua caixa de "Achados do Chão" e escolheu os objetos que queria pendurar. Pensamos no que lhe dava segurança...ele disse que a mãe, o pai, as irmãs, as avós. Então escolheu um objeto para cada um: a pena para o pai (que achou a pena com ele e é escritor), a folha de pata-de-vaca para mim pois tem forma de coração, a pérola de plástico para a irmã mais velha que tem um brinco parecido, a semente que voa para a irmã do meio que gosta de plantar (e já voou para sua própria casa, eu pensei), uma peça de biju dourada para as avós pois parecia antiga :).
Escolhemos ainda uma conchinha redonda para ser ele mesmo e duas virtudes: CORAGEM- representada pela grimpa de pinheiro e ALEGRIA- representada pela conta colorida.
Amarramos cada peça, enquanto conversávamos sobre elas.
Todas amarradas,dispomos na mesa para pensar no arranjo final.